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Pfizer pode fornecer milhões de doses de vacinas até o fim de 2020

Em entrevista ao Portal Health Connections, a diretora-médica da Pfizer Brasil, Márjori Dulcine, afirmou que existe a possibilidade de a empresa farmacêutica fornecer milhões de doses de vacina BNT162 até o fim de 2020. Para isso, é preciso que o programa de desenvolvimento do produto, conduzido pela Pfizer em parceria com a empresa alemã BioNtech, obtenha sucesso técnico e a aprovação regulatória das autoridades sanitárias. Pode ser também viável elevar a capacidade de produção para fabricar centenas de milhões de doses também em 2021.


Dois estudos clínicos de fase 1 e fase 2 estão sendo realizados para a BNT162, com o objetivo determinar a segurança, a imunogenicidade e a dose ideal de quatro candidatas à vacina de mRNA avaliadas em um único estudo contínuo. O estudo foi aprovado em 23 de abril, na Alemanha, pela autoridade reguladora do país, o Paul-Ehrlich-Institut, e doze participantes já receberam a potencial vacina.

Já nos Estados Unidos, o estudo clínico foi iniciado no dia 5 de maio, com o tratamento dos primeiros participantes. A fase 1 do estudo americano inclui até 360 adultos saudáveis em dois grupos etários, de 18 a 55 anos (os primeiros a serem imunizados) e de 65 a 85 anos. Os mais idosos somente serão vacinados caso o teste e a dosagem da candidata à vacina aplicada em indivíduos mais jovens tenham apresentado evidências iniciais de segurança e imunogenicidade.


O programa de desenvolvimento da Pfizer e da BioNTech inclui quatro vacinas experimentais, sendo que cada uma delas representa uma combinação diferente de formato de mRNA e antígeno-alvo. Será, então, identificada a vacina candidata mais segura e potencialmente mais eficaz em um número maior de voluntários, de forma a facilitar a apresentação dos dados para as autoridades regulatórias em tempo real.


Como agem as vacinas mRNA?


As vacinas de mRNA carregam instruções para as células do corpo produzirem determinadas proteínas. Agem introduzindo nas células do organismo a sequência de RNA mensageiro, que contém a receita para que essas células produzam uma proteína específica do vírus. Uma vez que essa proteína tenha sido produzida dentro do corpo, o sistema imunológico pode identificá-la como um antígeno e criar imunidade por meio de anticorpos, defendendo o organismo caso este entre em contato com o vírus.

Diferentemente das vacinas convencionais, produzidas por meio do crescimento de formas inativadas do vírus, as vacinas de RNA podem ser fabricadas rapidamente, usando apenas o código genético do patógeno. Cientistas na China divulgaram a sequência genética do SARS-CoV-2 em janeiro, o que contribuiu para o início das pesquisas para potenciais vacinas em todo o mundo. Um ponto positivo da tecnologia de mRNA é que a pesquisa pode ser realizada com apenas uma parte da sequência genética do vírus, em vez de uma forma inativada do próprio vírus.


União de esforços


A Pfizer acredita que a melhor maneira de abordar a covid-19 é reunindo os recursos e o conhecimento de toda a indústria farmacêutica, por meio de cinco medidas: compartilhamento de informações e aprendizados obtidos com outras empresas, em tempo real, para o desenvolvimento de terapias e vacinas para os pacientes em uma plataforma de acesso livre para a comunidade; convocação de equipe, de especialistas focados em soluções para a pandemia; compartilhamento de expertise em desenvolvimento de medicamentos; disponibilização da capacidade de produção das empresas para auxiliar outros a colocar mais rapidamente esses grandes avanços que salvam vidas nas mãos dos pacientes o mais rapidamente possível; e formação de equipe intersetorial para resposta rápida, com órgãos federais dos EUA, incluindo o NIH (National Institutes Into Health), o NIAID (National Institute of Allergy and Infectious Diseases) e o CDC ( enters for Disease Control and Prevention), que será composta por cientistas, médicos e técnicos com capacidade de mobilização imediata, mediante o surgimento de futuras epidemias.


A Diretora afirma que "devido à urgência da questão, a Pfizer está se desafiando a avançar com as pesquisas dentro de um cronograma acelerado, que envolve pensar criativamente sobre quais providências podem ser tomadas paralelamente, para tornar mais rápido o desenvolvimento de uma vacina de uma maneira segura e responsável".




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