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Perspectivas da Farmácia no Brasil atual


O Portal Health Connections conversou com nomes importantes do setor farmacêutico para traçar um breve panorama da profissão no País. Falamos sobre as atribuições e os ramos de atuação do profissional de farmácia e discutimos seu papel no Sistema Único de Saúde (SUS), bem como a conjuntura vigente do ensino de Farmácia no Brasil.


O PAPEL DO FARMACÊUTICO


A visão leiga tende a reconhecer a importância do farmacêutico atrás dos balcões das farmácias. De fato, em um país campeão em automedicação e em que o uso de medicamentos responde pela maioria dos casos de internação por intoxicação, não seria prudente descartar a presença com fácil acesso de especialistas em todos os locais de venda remédios.


“A diferença entre um medicamento e um veneno está na dose e o farmacêutico é o profissional que mais estuda sobre medicamentos, por isso deve ser valorizado”, adverte o ex-presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ) e atual presidente da Associação dos Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (AFAERJ), Marcus Athila.



DESAFIOS


Em 2013, quando o Conselho Federal de Farmácia (CFF) regulamentou as atribuições clínicas e regulou a prescrição farmacêutica, o farmacêutico passou, também, a contar com o respaldo para cuidar da saúde das pessoas. De acordo com o CFF, no entanto, em publicação assinada pelos diretores em novembro de 2018, as atividades da classe dentro do sistema público se restringem, quase sempre, à aquisição e à distribuição dos medicamentos. Ainda falta, por parte de uma representativa parcela dos gestores públicos, a compreensão de que os farmacêuticos têm muito a contribuir para a melhoria da qualidade da assistência à saúde e que sua atuação impacta diretamente na redução de custos dessa assistência para os cofres públicos, na medida em que previne os danos causados por medicamentos. Ainda segundo a publicação, “saúde pública de qualidade não se faz sem a prevenção de intoxicações e interações medicamentosas, o uso racional e o combate ao desperdício na aquisição e distribuição de medicamentos”.


Para os diretores do Conselho, a organização dos programas de assistência farmacêutica pública e a presença do farmacêutico nas unidades de saúde são fundamentais para o SUS. Já Athila acredita que o principal desafio da profissão hoje é adequar a legislação arcaica, de 1973, aos dias atuais, a fim de tornar a jornada e condições de trabalho menos exaustivas.


EDUCAÇÃO EM FARMÁCIA


No quesito educação, a coordenadora de Pós-graduação em Farmácia Clínica do Instituto de Educação do Rio de Janeiro (IERJ), Talita Barbosa, afirma: “a educação em saúde no Brasil vem passando por várias transformações e, nos cursos de Farmácia, não é diferente, pois observamos um aumento crescente de universidades ministrando o curso com uma qualidade que precisa ser melhor avaliada”.


De acordo com a farmacêutica, um ponto que vem causando grande preocupação e tristeza é a possibilidade do ensino à distância (EAD) também ser implantado no curso de Farmácia, já que é um curso que exige aulas práticas em laboratórios, com alunos assistidos e orientador por professores tecnicamente capacitados para formar um profissional de qualidade. Ela acredita que é dever do educador em Farmácia formar alunos críticos, que lutem pela valorização da classe e capacitá-los também para trabalhar em Farmácia Clínica, que já é uma realidade no Brasil.

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