Data é para conscientizar a população sobre os cuidados e sintomas da enfermidade, que pode causar dores e inflamação.
O Dia Mundial do Lúpus (10/5) foi criado para relembrar e conscientizar a sociedade sobre os cuidados com as pessoas que sofrem com esta doença. Só no Brasil, são mais de 65 mil pessoas convivendo com a enfermidade. A data chama a atenção para o impacto que o lúpus tem sobre as pessoas, enfocando a necessidade de melhorar os serviços de saúde para o paciente, aumentar a pesquisa sobre suas causas e sua cura, além de diagnosticar e tratar precocemente a doença.
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas lúpus) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune. Autoimune significa que o sistema imunológico não consegue diferenciar os agentes nocivos (vírus, bactérias, germes) dos tecidos saudáveis do corpo, criando autoanticorpos que atacam e destroem o tecido saudável. Esses autoanticorpos causam inflamação e dor e podem danificar praticamente qualquer parte do corpo, incluindo pele, coração, pulmões, rins e cérebro.
São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas, daí o nome lúpus eritematoso), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.
O que desencadeia a doença ainda é estudado. Existem fatores genéticos e ambientais, segundo o médico Flávio Signorelli, especialista no tratamento da doença. Ele afirma que um dos principais desencadeadores é o sol. “O paciente com lúpus não pode pegar sol, pois o raio ultravioleta ativa a doença. Além disso, o estresse e infecções virais também podem desencadear a doença”, afirma.
A dermatologista Carolina Quintão cita ainda como principais sintomas dessa enfermidade: lesões dermatológicas como manchas vermelhas e áreas de descamação, que podem acometer também o couro cabeludo levando à alopecia. “Nas articulações, a doença se manifesta com dores e inflamação", ressalta. No entanto, é importante lembrar que os sintomas podem ser vários e diferentes em cada pessoa, o que pode causar dificuldade no diagnóstico da doença.
Signorelli explica que o tratamento da doença vai variar de acordo com o sintoma apresentado. “Serão feitas medicações que suprimem a imunidade, já que aquele paciente está com a imunidade completamente desorganizada e atacando o próprio corpo. Então é preciso parar com isso, fazendo uma imunossupressão”.
A saúde mental é algo que está muito relacionado com o lúpus e também deve ser cuidada pelo médicos envolvidos no tratamento. “A depressão é uma doença associada importante nos pacientes com lúpus e deve ser levada em consideração e tratada”, finaliza Signorelli.
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