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Especialistas cobram interação entre os diversos setores da cadeia de saúde

A segunda edição do Fórum Inovação Saúde (FIS) foi realizada na segunda-feira, 12 de novembro, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Especialistas nacionais e internacionais se reuniram para debater e apresentar ideias e experiências de alto impacto para o sistema nacional de saúde.


Um dos organizadores do FIS, Rodrigo Vilar, disse que o evento tem dois grandes objetivos: reunir representantes de toda a cadeia de saúde, como médicos, profissionais de planos de saúde, de empresas de homecare e de diagnóstico, farmacêuticos e pesquisadores, para discutirem sobre os entraves e proporem soluções para o setor; e trazer de volta ao Rio de Janeiro um evento de grande porte na área de saúde.


O Presidente da Academia Brasileira de Letras, Marco Lucchesi, conduziu a primeira conferência do evento, "Uma ética permanente para o diálogo", durante a qual destacou a importância do diálogo, da troca e da necessidade do incentivo por parte do Estado a projetos nas universidades que estimulem o pensamento crítico. "Construir uma civilização é ouvir a todos. Ou todos fazemos parte de um processo que nos iguala, ou bem-vindo todos à guerra", complementou.


O pesquisador da Fiocruz, Carlos Gadelha, apresentou a conferência "O Complexo Econômico-Industrial da Saúde". Gadelha defendeu uma outra visão de saúde; não como despesa, mas como frente de desenvolvimento econômico. "É preciso articular o sistema de saúde com a sociedade que queremos", afirmou, acrescentando que, de acordo com o índice de Gini, que mede a desigualdade social no mundo, os países com menos investimentos em tecnologia e conhecimento são os que apresentam maior disparidade econômica. Gadelha acredita que, com o aumento da população idosa no país, é preciso mudar a forma de investimento: mais dinheiro para prevenção, estimulando mudanças nos padrões de vida deficientes, culminando em menos dinheiro para gasto com medicamentos.


Durante a terceira conferência do Fórum, a professora Lígia Bahia, do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva (IESC), da UFRJ, falou sobre a importância do diálogo e da interação entre os setores públicos e privados de saúde, por meio de um Ministério da Saúde forte. "É preciso de muito estudo e debate para pensarmos um desenvolvimento sustentável em saúde", ressaltou.


A Presidente da Optum no Brasil, Patricia Ellen, comentou sobre o desafio de se discutir saúde em um país como o Brasil, que agrega algumas características peculiares, como a maior taxa de envelhecimento do mundo, ser um país tropical com doenças infecciosas e ainda ter alto índice de violência. “A Tecnologia deve ser aplicada em grande escala para tornar o sistema de saúde o mais humano e acessível possível”, afirmou. A executiva também discutiu os conceitos de Internet das Coisas, big data e blockchain e como podem ser aplicados na gestão dos sistemas de saúde.


No encerramento do evento, foi realizada a cerimônia de entrega do Prêmio Edson de Godoy Bueno de Inovação em Saúde 2018 – Desafio de Startups. Cinco empresas foram convidadas a apresentarem seus Piches, ganhando visibilidade junto a um grupo de 400 influenciadores do mercado de saúde, sendo, em seguida, avaliadas. A premiada foi a Preditc Vision, que desenvolve uma plataforma de inteligência artificial (IA) para diagnósticos de imagem.


O FIS é uma iniciativa do Chapter Rio de Janeiro do Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs). A próxima edição do Fórum será realizada em 2019.

Especialistas propõe diálogo entre setores de saúde público e privado


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