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A importância das linhas de cuidado na saúde neurológica do idoso


O envelhecimento da população brasileira é um fato conhecido: conforme o Relatório Mundial de Saúde e Envelhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com mais de 60 anos, no Brasil, deverá crescer muito mais rápido do que a média internacional. Até 2050, a expectativa é de que a quantidade de idosos no mundo duplique. Por aqui, o número quase que triplicará. A porcentagem atual, de 12,5% de idosos no total da população, deverá alcançar os 30% até a metade do século.


De acordo com o médico neurologista Daniel Paes, membro titular da Associação Brasileira de Neurologia, “com mais idosos, agravos como Acidente Vascular Cerebral - AVC, epilepsia, demências (Alzheimer) e neoplasias (tumores), que são mais comuns a pessoas com mais de 60 anos, também terão maior incidência”. Paes explica que a linha de cuidados para o tratamento de qualquer doença vai desde a prevenção primária, o diagnóstico, o tratamento da fase aguda, o tratamento da fase crônica, até a reabilitação.


Mesmo sendo o Brasil, atualmente, um país envelhecido e de doenças crônicas, a porta de entrada mais comum do idoso no sistema de saúde ainda é o hospital, quando a doença crônica já está instalada. Segundo Célia Caldas, enfermeira com pós-doutorado em Gerontologia, “é preciso estabelecer um modelo de rede que tenha como foco a identificação precoce do risco e ofereça abordagens educativas com apoio social, para desacelerar o processo de fragilização da pessoa”. Célia é professora associada da UERJ (UnATI).


O idoso deve ser avaliado de forma integral, por profissionais que identifiquem suas necessidades de forma multidimensional. Por isso, é importante que, após o acolhimento, o idoso seja encaminhado a um Centro de Referência em Geriatria, com capacidade de oferecer atendimento amplo em termos de especialidades.

Em relação à prevenção primária relacionada a doenças neurológicas crônicas, a especialista diz que é importante prevenir a pressão arterial elevada, especialmente na meia-idade, prevenir a diabetes, o colesterol alto e os sintomas depressivos.


No caso específico das demências, Caldas afirma que as melhores formas de prevenção são: práticas de atividades, estimulação cognitiva, aprendizado de novas habilidades e capacidades, participação em atividades de lazer mentalmente desafiadoras, vida social ativa, dieta com baixo teor de gordura saturada e cessação do tabagismo.


O modelo de saúde do país deve contemplar o aumento do fluxo de ações de educação e promoção de saúde, de forma a proporcionar qualidade de vida para a população, visando, sempre, a postergar a moléstia e aumentar a longevidade.


Até 2050, a expectativa é de que a quantidade de idosos no mundo duplique



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